quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Novos passos dos EUA

Com a crise evidente os EUA tem de se safar.
O fato é que a dívida interna é imensa (vide tópico anterior), e que as empresas e cidadãos não tem este dinheiro. O que fazer?
Bem, em cenários como estes existem duas possibilidades catastróficas imediatas:
  1. Deflação
  2. Inflação
  • A deflação faz com que o valor do papel moeda aumente, e isto tem como causa o medo.
O cidadão sabe que está vivendo em época de crise, e que o consumo está caindo. Ele não quer acabar com o restante do patrimônio líquido dele, então ele investe, ou apenas guarda seus dólares. Fazendo isto ele deixa de consumir, então as empresas vendem menos. Mas as contas devem ser pagas, então as empresas baixam os preços e cortam funcionários (vide post anterior, com o corte da Vale. Existem mais inúmeros exemplos). Cortando funcionários existem mais pessoas que guardam o dinheiro que sobrou, e menos gente consumindo, e as empresas começam a quebrar, aumentando ainda mais o desemprego, que bate índices alarmantes: 

EUA: taxa de desemprego deve subir a 7,5% em 2009, conforme pesquisa da NABE
"Dessa forma, a expectativa é de que o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA recue 2,6% no quarto trimestre, desempenho muito pior do que os dados preliminares do governo norte-americano mostraram no terceiro trimestre deste ano, quando o PIB do país caiu 0,3%. Para o primeiro quarto de 2009, a previsão é de contração de 1,3%."

O efeito deflacionário faz com que as mercadoreias percam valor (na verdade o dólar está ganhando valor). Com o dólar em alta os outros países (as empresas destes outros países) correm para quitar ou diminuir as suas dívidas lastreadas em dólar (a maior parte delas). Para isto as empresas vão a mercado comprar dólar, o que força o preço ainda mais para cima.
Bem, as empresas dos EUA tem dólares, e o dólar deles está se valorizando. Assim eles conseguirão, aos poucos, ir pagando as dívidas internas e externas.
Ou seja, os outros países estão fortalecendo o dólar para que os EUA paguem a própria dívida!
Mais uma vez o mundo está bancando a conta! COMO NÓS SOMOS LEGAIS!

Mas, como foi dito, o desemprego aumenta, a produção cai e a economia cai junto. Eles pagam as dívidas, mas perdem os empregos. Como resolver?
Bem... assim:

  • A inflação tem efeito contrário ao da deflação, ou seja, ela faz com que a moeda perca valor. Num mercado inflacionário os insumos aumentam de preço constantemente, e a moeda perde cada vez mais valor.
Bem, imagine os EUA com o dólar valorizado, pagando as dívidas e morrendo economicamaente. O que fazer? Talvez pacotes de bilhões de dólares reanimem a economia! Primeiro 700, depois 800 bi...
Se os EUA conseguirem pagar grande parte das dívidas com o dinheiro dos outros países, mesmo caindo economicamente, a forma de reanimar a economia é aquela usada há pelo menos 100 anos: injetando capital (New Deal, o retorno). Assim eles reanimam a economia, gerando empregos e fluxo de dinheiro. A inflação causada seria compensada pela deflação anterior, pelo menos em teoria.. MAS ISTO NÃO É QUANTITATIVO.

Isto significa que se eles errarem a mão, ou então se os outros países tiverem problemas (ou forem mais espertos), então o castelinho de areia desaba! Haveria ou um cenário de deflação irreversível, acabando com a economia dos EUA e, consequentemente, do resto do mundo; ou então haveria hiper-inflação, acabando de vez com o dólar.

Agora o que temos a fazer é nos prepararmos para qualquer um dos possíveis cenários: Reanimação dos EUA, deflação ou inflação.
Estes assuntos serão discutidos nos próximos posts.



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